No Alentejo come-se e bebe-se muito bem. Comer, beber e petiscar são rituais, formas de conviver, de receber, de celebrar. Costuma dizer-se que na casa de um verdadeiro alentejano, tenha muito ou tenha pouco, a mesa está sempre posta. É verdade. E esta realidade confere um sabor muito especial à descoberta da gastronomia e dos vinhos. São produtos de reconhecida valia turística, mas não foi o Turismo quem os criou para consumo externo: fazem parte – e uma parte feliz – do quotidiano mais autêntico da Região.”
Os olivais ocupam mais de 150.000 hectares e são um dos fatores da beleza da paisagem da região. As muitas oliveiras centenárias que perduram no Alentejo possuem troncos que são verdadeiras esculturas, material de sobra para horas e horas de prazer dos visitas e amantes da fotografia.
É destas companheiras seculares dos homens que brota a azeitona, alimento de longa tradição, que continua a "adoçar-se” como antigamente, a temperar-se com sal e oréganos e a marcar presença em toda a mesa alentejana que se preza.
Os costumes do consumo caseiro, que passaram para os restaurantes, mantêm-se: as primeiras azeitonas, colhidas logo a partir de Outubro, comem-se retalhadas ou marteladas; do resto da produção faz-se a azeitona em conserva, que fica pronta no mês de Março. No que diz respeito à produção industrial, a única azeitona em conserva do Alentejo com denominação de origem protegida (DOP) é a de Elvas e Campo Maior.
Quanto ao azeite, existem três marcas com denominação de origem protegida (DOP): Azeite de Moura, Azeites do Norte Alentejano e Azeite do Alentejo Interior, todos com sabores distintos. O azeite DOP é Virgem ou Virgem Extra, ou seja, produzido exclusivamente através de processos mecânicos a baixas temperaturas. Só recebe esta classificação quando é comprovada a ligação inequívoca entre a sua qualidade e os factores naturais e humanos da sua região de origem. Os azeites orgânicos certificados estão em notória expansão.
Encontram-se produtores de Azeite DOP em: Sousel, Santo Amaro, Borba, Redondo e Reguengos de Monsaraz (Azeites do Norte Alentejano); Moura, Serpa e Vila Verde Ficalho (Azeite de Moura); Portel, Vidigueira e Torrão (Azeite do Alentejo Interior).
Se tiver a oportunidade de ir ao Alentejo, não deixe de visitar, em Moura, o patrimonial Lagar de Varas do Fojo, transformado em Museu do Azeite, e o Lagar-Museu do Palácio Visconde d’Olivã, em Campo Maior. Nesta última vila, vale também a pena conhecer o Museu do Café.
Para fazer degustações de azeites certificados, é possível recorrer ao Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo, com sede em Moura, onde pode-se aprender sobre harmonização dos azeites com outros alimentos.
Fonte: Visita Alentejo